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Breve História do Flamenco

O Flamenco hoje é considerado Património Imaterial da Humanidade pela UNESCO, mas foi árduo o seu caminho para poder chegar a isso. A linha da vida do Flamenco é longa e antiga, muito antiga.

Tem berço na Andaluzia, a sul, numa região pequena que contempla Triana (Sevilha), Jerez e Cádis, onde culturas distintas se cruzaram num caldo cultural que albergam resquícios do Império Bizantino, o canto gregoriano das missas latinas e a musicalidade islâmica e judia.

O cante contem em si influências hindus apimentado com a cultura cigana que se estabeleceu na Península Ibérica a partir de 1425, vinda da índia.

A toda esta mescla somou-se a cultura negra, africana que chegou à zona andaluz proveniente do tráfego negreiro. 

Todas estas influências foram-se misturando e sendo assimiladas e já mais tarde (século XVIII), forma-se no que hoje conhecemos e admiramos.

O Flamenco hoje é uma arte que contem uma expressão mestiça de todas estas influências culturais recebidas pelo folclore local.

O Flamenco é composto pela música, tocada numa guitarra de forma muito própria,do cante que expressa os sentimentos mais profundos da alma humana e o baile, que através dos movimentos transmite toda a paixão e devoção. 

O cante e o baile são dramáticos, intensos, cheios de emoções. A influência "gitana" é marcada pelas vidas duras , o sentido trágico do destino, a paixão, o amor e o desamor, o lamento.

No baile e no cante cada estilo (palo) é diferenciado pelo seu ritmo, seja ele alegre e leve como as "Alegrías" ou mais sofrido, íntimo e sério como as "Soleá". As letras retratam esta cultura, a sua tendência para o trágico - morte, vida, finitude, amor e trabalho - as angústias naturais da condição humana.

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Nos seus primórdios apenas se cantava sem acompanhamento musical, dizia-se que era um "palo seco", sendo as Soleá e as Seguiriyas os primeiros palos, que depois se desenvolveram em palos muito diferentes entre si.

As famílias gitanas que habitavam quase sempre em pátios, numa proximidade familiar e íntima, reuniam-se muitas vezes para cantar e bailar. Celebravam os momentos da vida em conjunto, num mesmo espaço.

A idade de Ouro do Flamenco acontece com o surgimento dos primeiros cafés cantantes onde decorriam espectáculos sendo o baile a maior atracção. Jerez, Cádis e Sevilha são na época os principais núcleos difusores.

O Flamenco começa então a ser cada vez mais de fora dos pátios e praças, a ser das "gentes" e dos artistas dos cafés dançantes, das praças de toiros, dos teatros que com bilhetes mais baratos permitiam que o Flamenco fosse acessível a todos.

O cante passa a valorizar os Fandagos e os Tangos. È o auge dos "tablao" e os primeiros livros sobre o tema são publicados. Surgem concursos e o Flamenco ganha novo animo e se expande pelo mundo e se torna numa ARTE.

A partir dos anos 80, o flamenco começa a ser influência para outros ritmos musicais e isso permanece ainda hoje, contudo não perdeu as suas raízes, as suas tradições e a sua marca antiga e única.

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